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Memórias do Holocausto: Varsóvia, Vilnius e o filme "Noite e Neblina" (1955) de Alain Resnais

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O dia 27 de janeiro, um dia depois do meu aniversário, é o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, pois foi o dia em que o exército da antiga União Soviética liberou o campo de extermínio Auschwitz, na Polônia, em 1945.  Sempre tive vontade de visitar Auschwitz, não por alguma eventual característica mórbida de personalidade, mas pelo impacto do filme de Alain Resnais (e Chris Marker que ajudou na escrita do maravilhoso texto dito em voz over pelo ator Michel Bouquet e escrito principalmente por um sobrevivente dos campos, Jean Cayrol. Gostaria de refazer (claro, não exatamente) os famosos travellings de Resnais no gramado verde do campo de Auschwitz em 1955, enquanto a voz de Bouquet diz: " mesmo uma paisagem tranquila [...] pode conduzir nada menos que a um campo de concentração.[...]". Ou seja, seria uma paisagem como qualquer outra e é uma paisagem como qualquer outra, pessoas como quaisquer outras que podem perpetrar o horror ou ter o horror a seu lado acontecendo....

"Amazonas, Amazonas" de Glauber Rocha e Manaus (passando também por Trombetas e Belém no Pará)

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 No longínquo ano de 1994, em julho, tive a oportunidade de passar um mês em Oriximiná, campus avançado da Universidade Federal Fluminense (localizada majoritariamente em Niterói, RJ) no Pará. Embora fique no estado do Pará, Oriximiná é mais próxima de Manaus do que Belém. Também imagino que a parada tenha sido em Manaus por causa das conexões de voo na época: um voo que chegava a Manaus e depois pegávamos outro que ia até a cidade projetada de Trombetas. De lá, um barco pelo rio Trombetas até Oriximiná. Lembro que vi o famoso "Encontro das águas" da janela do avião. Infelizmente, não tenho essa foto. nem pude fazer o famoso passeio turístico.  Teria sido próxima disso a imagem que vi em 1994? Esta é do filme de Glauber Rocha, "Amazonas, Amazonas". Fiquei também espantada, pois parecia que o avião ia aterrissar no meio da floresta (um pouco a sensação que temos no aeroporto Santos Dumont do Rio de Janeiro de que o avião vai aterrissar no mar e, de repente, surge a p...

"Hôtel du Nord" de Marcel Carné e o Canal Saint-Martin em Paris

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 Devo ter assistido ao filme "Hôtel du Nord" (1938), de Marcel Carné, em 2010 ou 2011, durante meu doutorado. É um filme importante do cinema francês e da História do Cinema, mas assisti muito em função da música de Maurice Jaubert, buscando entender como funcionava a música no cinema francês dessa época. E fiquei completamente tocada com um filme em que pensamos, de início, que vai ser a história de um jovem casal sem perspectivas - a mocinha, interpretada por Annabella, uma atriz muito requisitada no cinema clássico francês e, a meu ver, meio canastrona; o moço interpretado pelo galã Jean-Pierre Aumont -, que tenta o suicídio e, de repente, o filme vira outra coisa, com outros personagens, como o do grande ator Louis Jouvet e o da carismática Arletty, roubando a cena e o protagonismo. Tenho um enorme carinho por esse filme e outros do chamado cinema do Front Populaire nos anos 1930, que retratava as classes populares proletárias, muito diferente do que fizeram os diretores ...